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Cientistas alertam que COP30 tem apenas cinco dias para entregar 'roteiro claro' para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis

ONU aponta falhas de segurança na COP30 e cobra plano do Brasil No momento em que a COP30 entra na semana decisiva de negociações, um grupo de cientistas ent...

Cientistas alertam que COP30 tem apenas cinco dias para entregar 'roteiro claro' para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis
Cientistas alertam que COP30 tem apenas cinco dias para entregar 'roteiro claro' para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis (Foto: Reprodução)

ONU aponta falhas de segurança na COP30 e cobra plano do Brasil No momento em que a COP30 entra na semana decisiva de negociações, um grupo de cientistas entregou um manifesto aos chefes de delegação nesta segunda-feira (17) alertando para a necessidade de estabelecer um "roteiro claro" para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. Segundo os cientistas, a carta representa a união do grupo a ativistas, povos indígenas, líderes políticos e empresariais em nome de uma solução para proteger os mais importantes biomas do planeta. "A pressão combinada das emissões de combustíveis fósseis e do desmatamento empurra a Amazônia na direção de mudanças irreversíveis", afirmam os cientistas no documento. O manifesto destaca as secas vividas pela Amazônia nos últimos dois anos e o impacto das mudanças climáticas nos recifes de corais tropicais. Os especialistas ainda alertam que a degradação desses biomas geram consequências desastrosas a toda população. "Os países precisam se unir para entregar roteiros para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e deter e reverter a perda das florestas. Isso exige manter firme a 'missão 1.5'", finalizam. Urgência nas ações Na última sexta-feira (14), o grupo já havia divulgado um alerta sobre o estado nas negociações da COP30. Segundo eles, as emissões globais de CO2 devem subir 1,1% em 2025, quando deveriam estar em queda acelerada. Mantido o ritmo atual, afirmam, o mundo tem apenas quatro anos antes de esgotar o orçamento de carbono compatível com 1,5°C. O limite é tratado pela comunidade científica como o patamar mais seguro para impedir impactos ainda mais severos da crise climática. O texto, apresentado no Pavilhão de Ciências Planetárias (iniciativa inédita na história das COPs), aponta que grandes economias já consumiram quase todo o orçamento de carbono, enquanto comunidades vulneráveis seguem expostas aos impactos mais severos. Os pesquisadores lembram que cada 0,1°C adicional amplia riscos de ondas de calor extremas, tempestades intensas, incêndios e perdas econômicas, e defendem que adaptação precisa ganhar centralidade na COP30. A nota afirma que a ciência é clara ao exigir reduções de pelo menos 5% ao ano, muito acima dos compromissos atuais, que somam 5% em uma década. "Alcançar emissões líquidas zero globais exige uma mudança radical de mentalidade e governança em todos os países, bem como, sobretudo, a expansão da energia renovável, a eliminação gradual de todos os combustíveis fósseis e o fim do desmatamento", diz a carta. Eles pedem que a COP30 entregue um roteiro concreto para o fim dos fósseis, citando que há movimento político em curso, com apoios públicos de diversos países. A declaração também critica tentativas de remover referências científicas dos textos negociados, classificando isso como parte de estratégias de atraso. Assinam o documento nomes como Carlos Nobre, Thelma Krug, Paulo Artaxo, Marina Hirota, Johan Rockström, Chris Field, Fatima Denton, Piers Forster e Ricarda Winkelmann. Flotilha indígena chega a Belém (PA) neste domingo (9), às vésperas da COP30, trazendo representantes de diversos países da América Latina para a conferência do clima da ONU. Na lateral do barco, uma faixa com os dizeres “Amazônia livre de petróleo”. REUTERS/Adriano Machado